Restos de Colecção: Garagem “O Comércio do Porto”

29 de dezembro de 2010

Garagem “O Comércio do Porto”

Quando foi terminada a instalação da sede do jornal "O Comércio do Porto", na Avenida dos Aliados e contíguo a este, pensou-se no aproveitamento do terreno sobrante, sendo resolvido utiliza-lo de forma a que um dia viesse a servir de expansão das actuais instalações. Foi então tomada a iniciativa de construir um edifício de sete pisos, sendo quatro deles destinados a garagem, e os três restantes destinados a quarenta e cinco escritórios de aluguer, ligados por uma escada helicoidal.

O edifício da “Garagem O Comércio do Porto" propriedade da empresa do jornal “O Comércio do Porto” foi projectado pelo arquitecto Rogério de Azevedo e construído entre 1928 e 1932. Está localizada num gaveto da praça Dona Filipa de Lencastre, encostado ao edifício sede do mesmo jornal que se volta para a Avenida dos Aliados, no Porto.

Edifícios do Jornal e Garagem de “O Comércio do Porto”

Embora apresentando soluções formais e estilísticas bastante diferentes, os dois edifícios foram projectados pelo mesmo arquitecto Rogério de Azevedo. «De facto, o edifício do Comércio do Porto sintetiza as referências Beaux Arts contidas em algumas das grandes construções deste monumental espaço público, articulando-as com a sintaxe arte déco que conhecia nessa altura grande divulgação na cidade».

Inicialmente sobre as portas de entrada da Garagem, aproveitando uma grande superfície de parede, foi desenhado em parcelas, o mapa das estradas de Portugal elaborado com pequenas pedras escuras, anos mais tarde retirados por motivos óbvios.

 

A Garagem desenvolve-se em vários pisos, ligados por uma rampa helicoidal

Garagem Comércio do Porto.2 

Os andares superiores eram ocupados por escritórios e habitação, possuindo entradas independentes

Garagem Comércio do Porto.3  

Fotos in:  Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

O edifício é composto por sete pisos, ou seja, cave, rés-do-chão, quatro andares e mansarda. A Garagem ocupou a cave, rés-do-chão e os três primeiros andares destinados a recolha de automóveis, que se comunicam por uma rampa rodoviária, por escadas e ascensores. O quarto andar e a mansarda, viriam a ser ocupados por quarenta e cinco escritórios, como já foi referido no início.

Na cave, que também servia para recolha de automóveis, instalou-se uma oficina de reparações automóvel, recinto de lavagem de carros, lubrificação e dependências para guarda de recipientes com óleo e lubrificantes. O acesso dos carros necessitados de reparação era feito por monta-cargas, e os restantes por meio de rampa.

Postais publicitários

       

No verso destes postais podia-se ler: «em esplendidos recintos fechados, serviço especial de lavagens, lubrificações, modelar assistência eléctrica, cabines, telefone do Estado e da Companhia».

Postal publicitário

1 comentário:

Pedro disse...

Quais foram os "motivos óbvios" da retirada do mapa das estradas?